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23 de junho de 2024O Sentido da Comunhão Eucarística
A solução para aquela situação estava na retomada da consciência da sacralidade da Eucaristia, superando a tentação do simbolismo descomprometido. Paulo convida a comunidade a retornar ao passado e a recuperar o sentido das Palavras de Jesus. Se para o fiel a participação na Eucaristia não representar comunhão com Jesus, compromisso consigo e com os outros, nada significará. Ao contrário, um mal representará (cf. 1Cor 11,27-29). Não se pode “comungar”, sem comunhão; ir ao encontro do amor, sem amar; e viver desprezando os outros negando a palavra, a atenção, o perdão, a ajuda!
Não é coerente entrar na fila da comunhão e ignorar a vida de Jesus Cristo, viver na banalidade moral, assumir um estilo de vida agressivo, ser indiferente aos outros, viver mesquinhamente, maquinar contra a vida dos irmãos, ser desonesto nos negócios, violento na família, acomodado e fechado no próprio mundo.
É incoerência entrar na fila da comunhão e continuar a “estar-de-mal” com o outro; não é coerente entrar na fila da comunhão e não aceitar as exigências do ser discípulo de Jesus Cristo. Esse texto nos chama atenção para aprofundarmos em nossa vida as consequências concretas da nossa participação na Eucaristia. Caso contrário, corremos o perigo de cair no esvaziamento do mais nobre sacramento deixado por Jesus Cristo.
Comungar é assumir a Vida de Cristo
Paulo lembra aos fiéis de Corinto que as palavras de Jesus «Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim.»; «Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim.» (1Cor 11,24-25), significam um sério compromisso de comunhão com Ele, de gerar mudança de vida pessoal capaz de nos levar ao senso de fraternidade. Sem compromisso moral com o presente e nem com o futuro, a comunidade de Corinto corria o risco de transformar a Eucaristia num mero ritual material, simbólico do passado.
A Eucaristia é a celebração da presença real e viva de Jesus Cristo entre nós. Fazer memória é torná-lo vivo outra vez e, com Ele, renovamos os compromissos de sermos seus discípulos promovendo o Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da Nova Aliança (cf. 1Cor 11,25), isto é, pacto de Amor que renova as relações humanas e gera uma nova humanidade, um novo mundo onde as relações se baseiam na prática da fraternidade, da partilha, da solidariedade, da comunhão, do cuidado, da compaixão, do perdão, da obediência, da missionariedade.
Comungar não é um rito que gera status (privilégio), mas é um dever que se assume; a Eucaristia não é um momento litúrgico, mas é a espiritualidade de total comunhão com Cristo e com os irmãos. Sem essa perspectiva de compromisso, que é o caso denunciado por Paulo na comunidade de Corinto, corre-se o perigo da promoção do esvaziamento moral desse sacramento. Sim, somos todos pecadores, mas isso não justifica a hipocrisia que forja uma ilusória harmonia entre amor e ódio, fé e desonestidade, piedade e violência, veneração ao mistério de Deus e prática da corrupção e da injustiça contra os outros; diálogo com Jesus e negação da palavra ao irmão. A Eucaristia recebida, portanto, não pode ser estéril.
Reflexão Pessoal:
O que você tem a dizer sobre a relação entre “Eucaristia e moralidade”?
Quais são as consequências da perda da visão de compromisso com a Eucaristia?
Qual é a relação entre Eucaristia e Reino de Deus?
Fonte: https://www.cnbb.org.br/eucaristia-e-compromisso-de-vida